Comércio eletrônico no Brasil cresceu 30% em 2008
De acordo com relatório da e-bit, a previsão de crescimento para 2009 é de 20% a 25% em relação a 2008
A e-bit, empresa de informações de comércio eletrônico, divulgou na última terça (17) a previsão de um crescimento de 20% a 25% para o faturamento do setor em 2009 em relação ao ano passado, superando a barreira dos R$ 10 bilhões. Em 2008, as vendas do setor atingiram R$ 8,2 bilhões, o que representou aumento de 30% na comparação com 2007. O tíquete médio no ano passado ficou em R$ 328, valor acima dos R$ 302 praticados em 2007, e a categoria que liderou os pedidos foi a de livros, com 17% de participação no total.
A expectativa apenas para o primeiro semestre deste ano é de que as vendas do setor cresçam 20% sobre os primeiros seis meses de 2008, chegando a R$ 4,5 bilhões. A e-bit prevê ainda que o número de consumidores online atinja 17,2 milhões em 2009, ante 13,2 milhões do ano passado.
O diretor geral da e-bit, Pedro Guasti, disse hoje que as vendas por meio da internet no Brasil foram afetadas pela crise global no último trimestre do ano passado, mas que estão retornando à faixa de crescimento de 25% nos dois primeiros meses deste ano. Segundo ele, se não fosse o agravamento da crise, o faturamento do comércio eletrônico do País teria chegado a R$ 8,5 bilhões no ano passado. De acordo com a e-bit, empresa de informações de comércio eletrônico, as vendas online em 2008 atingiram R$ 8,2 bilhões, crescimento de 30%.
Os efeitos da crise afetaram as vendas do Natal, período mais lucrativo do varejo online, que apresentou o menor crescimento porcentual entre as principais datas de comércio do ano. Enquanto as vendas no ano passado evoluíram 53% no Dia das Mães, 43% no Dia dos Namorados e 30% no Dia dos Pais, no período do Natal avançaram apenas 15%. "O consumidor ficou mais cauteloso com a crise, principalmente na aquisição de produtos de maior valor", disse Guasti.
Levantamento realizado pela e-bit, em fevereiro, para avaliar a percepção dos consumidores da internet sobre a crise, constatou que 68% de 8 mil pessoas que realizaram ao menos uma compra nos últimos doze meses informaram estar comprando menos. A crise afetou principalmente as vendas do Natal, quando 52% dos usuários disseram ter comprado menos em relação a 2007. "As compras por impulso foram as que tiveram a maior retração", disse o diretor geral da e-bit.
O executivo salientou ainda que a previsão de desaceleração do ritmo de crescimento das vendas em 2009 - que deve ficar entre 20% e 25% - ocorreria independentemente dos efeitos da crise. Ele argumentou que o setor já sofre um processo de saturação do crescimento, que atingiu seu pico em 2006, quando avançou 76%.
Outra tendência apontada por Guasti é de que o preço do tíquete médio não sofra alteração em 2009 na comparação com o ano passado, quando foi de R$ 328. Ele disse que os efeitos das promoções e das ferramentas de comparação de preços disponíveis na internet vão elevar a concorrência no setor, que também foi ampliada em fevereiro com a entrada da Casas Bahia no varejo online.
O avanço das vendas em 2009 será impulsionado ainda pelo crescimento da participação da classe C, que respondeu por 42% dos pedidos online do ano passado. "Essa contínua inserção é atribuída às facilidades de pagamento parcelado", afirmou Guasti, acrescentando que 87% das vendas por meio da internet são realizadas com cartão ou boleto.
A e-bit constatou também que as mulheres ultrapassaram os homens na participação no comércio eletrônico, encerrando 2008 com 51% das compras via internet. As principais compras entre as mulheres são de livros e saúde e beleza, enquanto que entre os homens se concentra em eletrônicos e informática.
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